quinta-feira, 26 de novembro de 2009

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Reunião Temática - Sono dos bebês - 05/11

Na semana que vem, faremos uma reunião temática. Nosso assunto será o SONO DOS BEBÊS.

É uma oportunidade de conversarmos sobre um outro assunto tão desafiador quanto a amamentação, em que a troca de experiências pode nos ajudar a encontrar o nosso caminho ou pelo menos aliviar as nossas tensões, rs.

Apareça! Traga seu bebê, sua experiência, suas dicas, suas dúvidas!! E nos ajude a divulgar o evento.

QUINTA-FEIRA, DIA 05 DE NOVEMBRO
DAS 14:00 ÀS 16:00
NA RUA SÃO JOÃO, 1020, SALA 03
PIRACICABA - SP

Também é objetivo do nosso grupo divulgar e promover uma cultura de amamentação.
Mesmo que não existam dúvidas nem dificuldades, venha partcipar das nossas reuniões! Sua participação é importante para juntas tentarmos recriar uma cultura mais amiga da mãe que amamenta.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Relato de amamentação

Publicado por Ingrid Gimarães em seu blog.
AMAMENTAR VALE A PENA

Sempre sonhei em ser mãe e poder amamentar. Fiz curso de amamentação com o pouco tempo que me restou de uma gravidez onde como todo mundo sabe trabalhei muito. Li muito e conversei com várias pessoas sobre amamentação. Quando Clara nasceu tive total apoio do pediatra e das enfermeiras da Casa de Saúde São José para amamentar. Mesmo estando informada nos primeiros dias passei pelo que milhares de mães passam: meu seio empedrou, o bico rachou e minha filha começou a perder peso. Como mãe de primeira viagem fiquei bem nervosa com a possibilidade de não poder alimentar minha filha ou ter que dar mamadeira logo na primeira semana. A responsabilidade de você ser o alimento é enorme o que se mistura com culpa materna, o medo dos primeiros dias de maternidade e a dor que a gente sente nas massagens nos seios. Fora que amamentar tem muito a ver com o emocional e a nossa ansiedade passa pro bebê.
O pior é que não adianta nada alguém te dizer : “Não fica nervosa que o leite seca”, ‘Sua filha está sentindo tudo”. São frases que só fazem aumentar o nosso nervosismo. Sempre achei as campanhas de amamentação lindas, essenciais e românticas. Mas a imagens das atrizes amamentando com uma cara de paz não condiziam com aquele momento caótico que eu estava vivendo. E dá lhe opiniões de todo mundo: “ Bota compressa quente”, “Bota compressa gelada”, “Faz massagem”, “ Vai pro chuveiro e passa um pente no peito”, e por aí vai.
Orientada pelo meu pediatra procurei uma especialista em amamentação que foi até minha casa e não só me acalmou psicologicamente como me ensinou técnicas de massagem para desempedrar o peito, tirar um pouco do leite pra que ficasse mais fácil pro bebê mamar, e quando ela não conseguia dava um pouco no copinho que é como muitas vezes os bebês pré maturos se alimentam. Assim o bebê mata a fome inicial até que o peito volte ao normal. (coisa mais bonitinha o bebê tomando leite no copinho!). Depois de alguns encontros, compressas e massagens diárias foram me acalmando. Entrando na internet descobri que muitas mães passam por isto e que com calma e informação tudo se resolve. Quando o peito empedra é normal o bico rachar porque o bebê acaba pegando mal no seu seio. Nada que uma boa pomada de lanolina (e às vezes até o bico de silicone) não ajude a resolver. Mas que dói, dói, mas o seu bico se acostuma.
No auge do desespero achei que não conseguiria e acho que deve ser fácil desistir, afinal é um momento muito frágil da nossa vida e é insuportável ver o seu filho berrando de fome. Imagino que muitas mulheres passam por isto e talvez um relato como este sirva de incentivo. Acho que devemos falar sobre isto umas com as outras porque acho que a informação e o relato pessoal desglamouriza um pouco este mundo cor de rosa da maternidade e prepara as mulheres que por um motivo ou outro venham a ter dificuldades de amamentar.
Resolvi falar sobre isto porque saiu na imprensa uma notícia dizendo que contratei uma ama de leite pra amamentar minha filha. Tenho o maior respeito (agora mais ainda) e admiração pelas amas de leite, mas insisti em amamentar no meu peito e não julgo quem desistiu ou não conseguiu. Não costumo desmentir notícias irresponsáveis de um certo tipo de imprensa, mas amamentar é coisa séria e eu sei que de certa maneira acabo sendo um exemplo pras outras mulheres.
Pretendo amamentar até quando der, vou voltar a trabalhar em dezembro e parar pra amamentar de três em 3 horas como venho fazendo. Vale a pena, e é um encontro inesquecível entre você e o bebê. Cheguei à conclusão que tudo que é realmente bom na vida é difícil, mas vale a pena.
Amamentar pra mim não foi tão fácil como eu imaginava, mas eu insisti e hoje amamento oito vezes por dia e minha filhota já ganhou o peso que perdeu!!!!!
Amo amamentar, acho que são os melhores momentos do meu dia!

Aí vai o endereço de pessoas que orientam o aleitamento materno


Para quem quiser tirar dúvidas e ter mais informações:

Amigas do Peito:

Reuniões: na primeira sexta-feira de cada mês na Casa de Rui Barbosa (Rua São Clemente, 134, Botafogo), às 10h; às 14h da última sexta-feira do mês no Solar Grand Jean Montigny na PUC-Rio (Rua Marquês de São Vicente, 225, Gávea); no terceiro sábado do mês na Biblioteca Infantil (Campo de São Bento, em Icaraí, Niterói), às 9h; e na Igreja dos Capuchinhos (Rua Haddock Lobo, 266, Tijuca) na segunda e na quarta terça-feira do mês, às 14h . www.amigasdopeito.com.br


Instituto Fernandes Figueira (IFF):
O hospital fica na Av. Rui Barbosa, 716, no Flamengo - telefone (21) 2553-6730. O Banco de Leite possui um telefone para ligações gratuitas: SOS Amamentação 0800-268877.

Hospitais Amigos da Criança no Rio de Janeiro:

Maternidade Leila Diniz (Estrada de Curicica, 2000 - Jacarepaguá - tel.: 21 2445-2264);

Hospital Maternidade Praça XV (Praça XV de Novembro, 4, fundos - Centro - tel.: 21 2507-6001);

Hospital Pedro Ernesto (Av. 28 de Setembro, 87 - Vila Isabel - tel.: 21 2587-6100);

Hospital Maternidade Nova Friburgo (Av. Antonio F. Moreira, 12 - Centro, Nova Friburgo - tel.: 22 2522-9345);

Hospital Carmela Dutra (Rua Aquidabã, 1037 - Lins de Vasconcelos - tel.: 21 2269-5446);

Hospital Central do Exército (R. Francisco Manuel, 126 – Triagem);

Associação Pró-Matre Rio (Av. Venezuela, 153 – Caju, tel.: 21 2223-1225).

Agora tenho que correr pra amamentar

Beijos com cheiro de leite

Ingrid

sábado, 17 de outubro de 2009

Boneca lactente chega às lojas com polêmica

Por BBC, BBC Brasil, Atualizado: 15/10/2009 5:07
Boneca lactente chega às lojas com polêmica na Espanha

"Criança com a boneca "(ao lado)

Bebê Glotón (Bebê Comilão), a nova boneca lactente espanhola que permite à criança imitar os gestos da mãe amamentando o filho, chegou às lojas da Espanha nesta semana com uma grande polêmica internacional.

O brinquedo de 50 centímetros inclui uma espécie de miniblusa que deve ser vestida pelas crianças para simular os seios e permitir o encaixe da boca do boneco, que repete os movimentos e ruídos da sucção.

As instruções seguem o exemplo real da amamentação: colocar o bebê para arrotar depois de mamar (o boneco também emite o barulho), trocar de seio se ele chorar, indicando que continua com fome, e acariciar a barriga para aliviar problemas de indigestão.

A ideia da companhia espanhola Berjuan, fabricante da boneca, foi apoiada pela Fedalma (Federação Espanhola de Associações Pró-Lactância Materna) que considera o brinquedo "uma forma de educar as meninas sobre a importância da amamentação", disse à BBC Brasil a secretária-geral da Fedalma, Eulália Torres.

"Quem sabe isso não ajuda a mudar mentalidades? Talvez os problemas diminuam cada vez que uma mulher abra um sutiã para dar o peito a seu bebê num espaço público se o ato for cada vez mais natural", disse Torres, ressaltando que 30 instituições dão aval ao projeto.

Críticas

Mas, para outras associações o boneco promove a sexualidade precoce e pode incitar o aumento dos índices de gravidez infanto-juvenil.

"Amamentar é um ato maravilhoso e sempre é preciso ampliar este conceito, mas nos parece completamente desnecessário e inapropriado permitir que uma criança imite este gesto porque pode ter conotações sexuais equivocadas", disse à BBC Brasil o presidente da Fundação Lar e Família, instituição conservadora de tradições familiares, Rafael Lozano.

O slogan da polêmica campanha publicitária do Bebê Glotón: "Não deverias esperar ter peitos para poder alimentar o teu bebê", desagradou instituições além das fronteiras espanholas.

Como o brinquedo também será vendido na Inglaterra, a polêmica chegou também na Associação Real de Parteiras do Reino Unido (Royal College of Midwives), que questionou a necessidade de oferecer um brinquedo que ensine a amamentar.

Em declaração à imprensa inglesa, a porta-voz da associação, Janet Fyle, disse que "deve haver outras maneiras alternativas de educar as nossas filhas para que vejam como normal o ato de amamentar um bebê".

A boneca

"A boneca " (ao lado)

Naturalidade

A empresa responsável pelo brinquedo já esperava a polêmica e chegou a modificar o desenho original depois das primeiras críticas recebidas, quando o projeto foi citado pelos jornais espanhóis no último mês de junho.

Na espécie de blusinha que a criança deve usar para brincar com o boneco foram colocadas flores onde antes havia reproduções de seios.

"O que queremos é que o ato de amamentar seja visto com mais naturalidade, sem escandalizar ninguém. Se as crianças copiam os hábitos dos adultos, porque não copiar um que é saudável e natural? É um brinquedo e nos parece divertido e educativo," disse à BBC Brasil o diretor de vendas da Berjuan, Cesar Bernabeu.

Segundo as previsões da companhia espanhola, que ainda está em negociações com distribuidores, o boneco poderá chegar ao mercado brasileiro até o Natal.

Na Espanha, o Bebê Glotón está sendo vendido por 39 euros (cerca de R$ 120), em versões de roupas cor-de-rosa e azul.

Os quatro primeiros exemplares já têm donas. Eles foram enviados ao Palácio Real como presentes para as netas do Rei Juan Carlos.

A Casa Real Espanhola não comentou a notícia.

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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Relato de amamentação exclusiva

Relato de amamentação de Iara, mãe de Mariela
É com grande orgulho que escrevo meu relato de 06 meses de amamentação exclusiva!!!
Foram tantas coisas que aconteceram nesse meio ano...

Bom, primeiro que quando estava grávida, achava que amamentação era uma coisa natural, tranquila, afinal, na minha casa, minha mãe amamentou seus 6 filhos e minhas irmãs os seus 4 filhos, cada uma (É casa de mulher parideira!!! !). Nem me preocupei em ler sobre isso... Lembro de ter lido um artigo na net que falava sobre a pega e só!

E já na maternidade as dificuldades começaram (fissuras, dor, encanação total com a pega) e indicação de mais uma enfermeira para dar NAN, "porque o seu leite não está "sastifazendo" !!!! Ainda bem que sempre tive determinação para amamentar minha filha.

Logo que cheguei da maternidade, desceu meu leite e meu peito ficou tão duro que a Mariela não conseguia pegar, chorava de fome e eu não sabia fazer ordenha. Foi uma madrugada muito difícil que nunca vamos esquecer!!!! Isso tudo abalou demais minha auto confiança e fiquei meio achando que eu não ia conseguir!

Então, veio a salvação, chamei a Carol, uma consultora de amamentação, que me orientou a amamentar da forma invertida, pq assim eu tinha mais controle da pega. A Mariela pegava bem, mas ia escorregando e depois de um tempinho estava só no bico. Aí veio o baby blues e dor para amamentar!! Não entendia como alguém tinha prazer em amamentar!! Coisa de louco!

Depois as coisas foram melhorando, melhora das fissuras, muita ordenha, início de mastite, até que chegou um resfriado quando a Mariela tinha dois meses. Ela ficou com o nariz super entupido e mamava pouco, assim, na consulta com o pediatra ele viu que ela estava engordando apenas 17gr e já foi receitando NAN.

Eu como mãe de primeira viagem deixei meu instinto falar mais alto e disse ao médico que não ia dar, que ia esperar mais um tempo! Saí de lá arrasada! Meu marido só segurando as pontas e sempre me dando muito apoio!

Chamamos a nossa salvação de novo, a Carol, e ela me disse que meu leite tinha diminuído, mas dava para reverter, me orientou a dar mamá a cada duas horas, deixar a Mariela mamar bastante tempo e não deixar ela dormir na hora de mamar! Foram dias que fiquei com minha filha grudada no peito direto!

E no final de uma semana, em outro pediatra, ela engordou 50gr por dia!!! Mas ela não é e nunca foi um bebezão!!! Temos que respeitar sua natureza.

Depois disso, vários altos e baixos, muito leite, pouco leite, próximo de voltar a trabalho, ansiedade, pouquíssimo leite, litros e litros de água, chá da mamãe e conseguimos. Eu, Mariela e maridão, Rafael, fomos levando!

Voltei a trabalhar quando a Mariela completou 4 meses, fiz um estoque, mas eventualmente uso o leite congelado, pois faço uma correira muito louca e consigo amamentá-la em todas as mamadas. Passo na casa da minha mãe, dou mamá, vou fazer audiência (sou advogada), volto, dou mais mamá, volto para o escritório, reunião, saio, dou máma.. é uma loucura total!!!!! Mas, ainda tiro leite, armazeno e congelo por precaução para o caso de emergência!

Mas hoje tenho muuuuuuuito orgulho da mulher e mãe que sou, pois consegui dar para a minha filha o melhor de mim e o que ela mais precisava, meu leite, que vem acompanhado de amor, carinho, ternuna, afeto, tudo de muito bom que sinto e passo para minha filha!! Não tem preço amamentar a Mariela e ver ela me olhando e sorrindo ainda com o bico na boca!!!

Continuo sendo profissional, mulher, esposa e uma mãe super poderosa, pois vi que tenho capacidade para seguir meus instintos e lutar sempre pelo melhor para minha filha!

Apesar de toda a pressão da família do meu marido para introdução de alimentos, mantive a amamentação exclusiva até agora. Foram meses que curti momentos íntimos e únicos com minha filha, em que pensava: "Esse momento eu não vou esquecer munca mais".

Uma vez li na lista da Matrice de uma materna que sempre olhava uma lata de NAN e dizia que nunca iria precisar dar. Comigo foi igual, quando voltei a trabalhar comprei uma lata e disse que nunca iria precisar dar para a Mariela! Vitória!!!

Mas tenho que dizer: meu marido, Rafael, foi fundamental para o sucesso na amamentação da Mariela, várias vezes acordando comigo só para ajudar dar mamá, me ouvindo, me dando apoio, me trazendo água, cozinhando. Olha meninas, modéstia à parte, tenho o marido perfeito!!!

Bom, era isso que queria compartilhar com vocês, desculpa pelo tamanho, mas tem coisas que não podem ser resumidas!

Beijos,

Iara

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Dia Nacional da Doação de Leite Humano

Dia 1° de outubro faz 7 anos que o Brasil comemora o Dia Nacional da Doação de Leite Humano.
O Brasil tem 195 Bancos de Leite e 72 Postos de Coleta.

"Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (Rede BLH-BR) é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a maior e mais complexa do mundo. Em 2008, os bancos de leite humano foram responsáveis pela distribuição de mais 115 mil litros de leite humano, beneficiando mais de 160 mil bebês, a maior parte deles prematuros internados em unidades de terapia intensiva neonatal."

Leia materia completa
aqui.

Lembrando que em Piracicaba temos o Banco de Leite do Hospital dos Fornecedores de Cana
tel 3403-2820

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

"Mamaço" - Desafio Internacional de Amamentação

Participe neste sábado, dia 03/10, do Desafio Internacional de Amamentação.

No Parque da Rua do Porto proximo ao portão principal.

Começaremos as nos reunir ás 10h30 e às 11h será o "mamaço" e as fotos.

O Desafio Internacional de Amamentação ocorre todo ano, promovido pela Fundação Quintessence.

Este ano o Grupo MAMA também participará! Venha participar com a gente!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Relato de amamentação de Raquel, mãe de Elias e Sarah

Relato de amamentação de dois filhos com idades diferentes

Antes mesmo de engravidar, eu já sabia que poderia amamentar grávida, que não há contra-indicação a não ser que haja risco de parto prematuro. Eu já havia decidido que amamentaria durante a gestação e, depois, os dois até que o Elias desmamasse natural e espontaneamente.
Quando eu engravidei da Sarah, o Elias tinha 2 anos e 3 meses e mamava umas 5 vezes, três durante o dia e duas a noite.
No primeiro trimestre da gestação, ele mamou muito mais do que o normal, não sei bem quanto, mas mamou mais. Não só mamou mais, como também pedia mais minha atenção, mais mamãe, mais colo, etc.

No segundo trimestre, voltou ao normal, nem parecia que eu estava grávida. Voltou a mamar como antes de eu engravidar. Na verdade, até cortou uma mamada, passou a pedir para dormir na caminha dele, cerca de metade das noites (praticamos cama compartilhada) e foi um momento oportuno para um desmame noturno.
Eu nunca me incomodei de acordar à noite, por isso sempre vinha adiando o desmame noturno, mas com a gestação tive medo de ter que lidar com dois acordando à noite para mamar, então planejei um desmame noturno bem suave, o que foi feito em poucos meses.

No terceiro trimestre da gestação, ele voltou a me solicitar mais, mais mamãe, mais colo e mamar mais novamente. Algumas noites ele voltou a acordar e pedir mama.
Amamentar durante a gravidez foi relativamente tranqüilo. O mamilo ficou mais sensível em parte da gestação e no inverno eu tinha dor depois dele mamar, o que descobri que era causado pelo frio, então bastou passar a aquecer os seios depois da mamada para resolver o incômodo.

Dizem que amamentar adianta o parto, mas eu cheguei com 40 semanas sem problema nenhum. Conforme chegava o final da gravidez, eu imaginei que em alguma mamada entraria em trabalho de parto, mas não foi assim que aconteceu.
Eu já estava em trabalho de parto, bem fraquinho e suave, quando o Elias pediu para mamar. Ele queria dormir depois do almoço, então mamou uma meia hora e fez o trabalho de parto se intensificar.

A Sarah nasceu. Nasceu e mamou.
Pareceu uma boquinha tão suave, tão pequena, muito diferente do que eu estava acostumada fazia quase 3 anos... Eu achei que o Elias fosse querer mamar ao vê-la mamar, mas não, ele não pediu. Só depois que todos foram embora e ficamos só nos em casa é que ele mamou, mamou e dormiu, desmaiou, estava cansado e empolgado com o nascimento da irmã.

Enquanto era só o colostro, eu dava o peito primeiro para ela, e ele sempre mamava o peito que ela tinha mamado por último.
Depois desceu o leite, abundantemente e o esquema mudou. Ele mamava primeiro, mamava o excesso e ela mamava depois, mais tranqüila, sem esguichar leite. Ela nunca gostou de peito muito cheio. Eu dava o mesmo seio para ela até que ele mamasse novamente e tirasse o excesso do outro seio, daí passava a dar para ela este seio até a próxima mamada dele.
Se ele não queria tirar o excesso eu mesma tirava, ordenhando para o Banco de Leite, desde quando ela estava com 3 dias. As mamadas dele estavam mais irregulares, tinha dias que eu não ordenhava, tinha dias que ordenhava 3 vezes.

O Elias mamou muito depois que a Sarah nasceu, acho que nos primeiros dias chegou a mamar umas 9 vezes, até de madrugada voltou a mamar. Nas primeiras noites ela dormiu bem e ele mamou até mais vezes que ela.
Na segunda semana já mamou umas 5 vezes. Na terceira só três e tive que mudar o esquema novamente já que ela mamava com mais freqüência e não dava para deixar um seio tanto tempo sem mamar. Passei a dar um seio para ela e o outro para ele e para as ordenhas, este esquema deu bem certo por bastante tempo, com umas poucas adaptações.

Nas primeiras noites ele mamou bastante e seguiu mamando à noite, uma ou duas vezes por mais uns 3 meses. Deixei ele parar novamente por si só, já que não me incomodava.
Depois de um resfriado ele quis mamar a noite inteira, mas nada que uma conversa depois durante o dia não resolvesse. Na verdade, descobri que qualquer problema noturno deve ser conversado depois no dia seguinte para ser resolvido, como aconteceu em uma das primeiras noites que ele teve que esperar a Sarah mama e abriu o berreiro...

Aos poucos ele foi voltando a mamar o que ele mamava antes dela nascer. Acho que com uns 3 meses ele já mamava igual ao que era antes da gravidez. Lógico que tem dias em que de repente mama mais, mas isto sempre foi assim antes também.

A vantagem de se amamentar uma criança é que ela já entende muita coisa e sempre você pode conversar e explicar as coisas, mesmo as relacionadas ao mama. Fiz isto algumas vezes com o Elias, como nas acordadas noturnas dele e também sobre mamar em qualquer lugar, já que para ela dá para dar mama de pé na fila do banco, já para ele não dá...

Eu amamentei os dois ao mesmo tempo muitas vezes e vi que tem horas que não há coisa melhor para o ciúmes do que ter dois seios!
O Elias está no caminho do desmame, aos poucos vai perdendo interesse e mamando menos. Quanto tempo mais este processo vai demorar, só o tempo dirá.
A Sarah faz 9 meses hoje, está começando a comer, ainda mama muito e tem um longo caminho pela frente.

Raquel, mãe de Elias de 3 anos e 8 meses e de Sarah de 9 meses
e empreendedora de Ninho da Coruja

Leia também o outro relato de amamentação de Raquel

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A cólica - Por Dr. González

Os bebês ocidentais costumam chorar bastante durante os primeiros meses, o que se conhece como cólica do lactente ou cólica do primeiro trimestre. Cólica é a contração espasmódica e dolorosa de uma víscera oca; há cólicas dos rins, da vesícula e do intestino. Como o lactente não é uma vesícula oca e o primeiro trimestre muito menos, o nome logo de cara não é muito feliz. Chamavam de cólica porque se acreditava que doía a barriga dos bebês; mas isso é impossível saber. A dor não se vê, tem de ser explicada pelo paciente. Quando perguntam a eles: “por que você está chorando?”, os bebês insistem em não responder; quando perguntam novamente anos depois, sempre dizem que não se lembram. Então ninguém sabe se está doendo a barriga, ou a cabeça, ou as costas, ou se é coceira na sola dos pés, ou se o barulho está incomodando, ou simplesmente se estão preocupados com alguma notícia que ouviram no rádio. Por isso, os livros modernos frequentemente evitam a palavra cólica e preferem chamar de choro excessivo na infância. É lógico pensar que nem todos os bebês choram pelo mesmo motivo; alguns talvez sintam dor na barriga, mas outro pode estar com fome, ou frio, ou calor, e outros (provavelmente a maioria) simplesmente precisam de colo.

Tipicamente, o choro acontece sobretudo à tarde, de seis às dez, a hora crítica. Às vezes de oito à meia-noite, às vezes de meia-noite às quatro, e alguns parecem que estão a postos vinte e quatro horas por dia. Costuma começar depois de duas ou três semanas de vida e costuma melhorar por volta dos três meses (mas nem sempre).

Quando a mãe amamenta e o bebê chora de tarde, sempre há alguma alma caridosa que diz: “Claro! De tarde seu leite acaba!”. Mas então, por que os bebês que tomam mamadeira têm cólicas? (a incidência de cólica parece ser a mesma entre os bebês amamentados e os que tomam mamadeira). Por acaso há alguma mãe que prepare uma mamadeira de 150 ml pela manhã e de tarde uma de 90 ml somente para incomodar e para fazer o bebê chorar? Claro que não! As mamadeiras são exatamente iguais, mas o bebê que de manhã dormia mais ou menos tranquilo, à tarde chora sem parar. Não é por fome.

“Então, por que minha filha passa a tarde toda pendurada no peito e por que vejo que meus peitos estão murchos?” Quando um bebê está chorando, a mãe que dá mamadeira pode fazer várias coisas: pegar no colo, embalar, cantar, fazer carinho, colocar a chupeta, dar a mamadeira, deixar chorar (não estou dizendo que seja conveniente ou recomendável deixar chorar, só digo que é uma das coisas que a mãe poderia fazer). A mãe que amamenta pode fazer todas essas coisas (incluindo dar uma mamadeira e deixar chorar), mas, além disso, pode fazer uma exclusiva: dar o peito. A maioria das mães descobrem que dar de mamar é a maneira mais fácil e rápida de acalmar o bebê (em casa chamamos o peito de anestesia), então dão de mamar várias vezes ao longo da tarde. Claro que o peito fica murcho, mas não por falta de leite, mas sim porque todo o leite está na barriga do bebê. O bebê não tem fome alguma, pelo contrário, está entupido de leite.

Se a mãe está feliz em dar de mamar o tempo todo e não sente dor no mamilo (se o bebê pede toda hora e doem os mamilos, é provável que a pega esteja errada), e se o bebê se acalma assim, não há inconveniente. Pode dar de mamar todas as vezes e todo o tempo que quiser. Pode deitar na cama e descansar enquanto o filho mama. Mas claro, se a mãe está cansada, desesperada, farta de tanto amamentar, e se o bebê está engordando bem, não há inconveniente que diga ao pai, à avó ou ao primeiro voluntário que aparecer: “pegue este bebê, leve para passear em outro cômodo ou na rua e volte daqui a duas horas”. Porque se um bebê que mama bem e engorda normalmente mama cinco vezes em duas horas e continua chorando, podemos ter razoavelmente a certeza de que não chora de fome (outra coisa seria um bebê que engorda muito pouco ou que não estava engordando nada até dois dias atrás e agora começa a se recuperar: talvez esse bebê necessite mamar muitíssimas vezes seguidas). E sim, se pedir para alguém levar o bebê para passear, aproveite para descansar e, se possível, dormir. Nada de lavar a louça ou colocar em dia a roupa para passar, pois não adiantaria nada.

Às vezes, acontece de a mãe estar desesperada por passar horas dando de mamar, colo, peito, colo e tudo de novo. Recebe seu marido como se fosse uma cavalaria: “por favor, faça algo com essa menina, pois estou ao ponto de ficar doida”. O papai pega o bebê no colo (não sem certa apreensão, devido às circunstâncias), a menina apoia a cabecinha sobre seu ombro e “plim” pega no sono. Há várias explicações possíveis para esse fenômeno. Dizem que nós homens temos os ombros mais largos, e que se pode dormir melhor neles. Como estava há duas horas dançando, é lógico que a bebê esteja bastante cansada. Talvez precisasse de uma mudança de ares, quer dizer, de colo (e muitas vezes acontece o contrário: o pai não sabe o que fazer e a mãe consegue tranquilizar o bebê em segundos).

Tenho a impressão (mas é somente uma teoria minha, não tenho nenhuma prova) de que em alguns casos o que ocorre é que o bebê também está farto de mamar. Não tem fome, mas não é capaz de repousar a cabeça sobre o ombro de sua mãe e dormir tranqüilo. É como se não conhecesse outra forma de se relacionar com sua mãe a não ser mamando. Talvez se sinta como nós quando nos oferecem nossa sobremesa favorita depois de uma opípara refeição. Não temos como recusar, mas passamos a tarde com indigestão. No colo da mamãe é uma dúvida permanente entre querer e poder; por outro lado, com papai, não há dúvida possível: não tem mamá, então é só dormir.

Minha teoria tem muitos pontos fracos, claro. Para começar, a maior parte dos bebês do mundo estão o dia todo no colo (ou carregados nas costas) de sua mãe e, em geral, descansam tranquilos e quase não choram. Mas talvez esses bebês conheçam uma outra forma de se relacionar com suas mães, sem necessidade de mamar. Em nossa cultura fazemos de tudo para deixar o bebê no berço várias horas por dia; talvez assim lhes passemos a idéia de que só podem estar com a mãe se for para mamar.

Porque o certo é que a cólica do lactente parece ser quase exclusiva da nossa cultura. Alguns a consideram uma doença da nossa civilização, a consequência de dar aos bebês menos contato físico do que necessitam. Em outras sociedades o conceito de cólica é desconhecido. Na Coreia, o Dr. Lee não encontrou nenhum caso de cólica entre 160 lactentes. Com um mês de idade, os bebês coreanos só passavam duas horas por dia sozinhos contra as dezesseis horas dos norteamericanos. Os bebês coreanos passavam o dobro do tempo no colo que os norteamericanos e suas mães atendiam praticamente sempre que choravam. As mães norteamericanas ignoravam deliberadamente o choro de seus filhos em quase a metade das vezes.

No Canadá, Hunziker e Barr demonstraram que se podia prevenir a cólica do lactente recomendando às mães que pegassem seus bebês no colo várias horas por dia. É muito boa idéia levar os bebês pendurados, como fazem a maior parte das mães do mundo. Hoje em dia é possível comprar vários modelos de carregadores de bebês nos quais ele pode ser levado confortavelmente em casa e na rua. Não corra para colocar o bebê no berço assim que ele adormecer; ele gosta de estar com a mamãe, mesmo quando está dormindo. Não espere que o bebê comece a chorar, com duas ou três semanas de vida, para pegá-lo no colo; pode acontecer de ter “passado do ponto” e nem no colo ele se acalmar. Os bebês necessitam de muito contato físico, muito colo, desde o nascimento. Não é conveniente estarem separados de sua mãe, e muito menos sozinhos em outro cômodo. Durante o dia, se o deixar dormindo um pouco em seu bercinho, é melhor que o bercinho esteja na sala; assim ambos (mãe e filho) se sentirão mais seguros e descansarão melhor.

A nossa sociedade custa muito a reconhecer que os bebês precisam de colo, contato, afeto; que precisam da mãe. É preferível qualquer outra explicação: a imaturidade do intestino, o sistema nervoso... Prefere-se pensar que o bebê está doente, que precisa de remédios. Há algumas décadas, as farmácias espanholas vendiam medicamentos para cólicas que continham barbitúricos (se fazia efeito, claro, o bebê caía duro). Outros preferem as ervas e chás, os remédios homeopáticos, as massagens. Todos os tratamentos de que tenho notícia têm algo em comum: tem de tocar no bebê para dá-lo. O bebê está no berço chorando; a mãe o pega no colo, dá camomila e o bebê se cala. Teria seacalmado mesmo sem camomila, com o peito, ou somente com o colo. Se, ao contrário, inventassem um aparelho eletrônico para administrar camomila, ativado pelo som do choro do bebê, uma microcâmera que filmasse o berço, um administrador que identificasse a boca aberta e controlasse uma seringa que lançasse um jato de camomila direto na boca... Acredita que o bebê se acalmaria desse modo? Não é a camomila, não é o remédio homeopático! É o colo da mãe que cura a cólica.

Taubman, um pediatra americano, demonstrou que umas simples instruções para a mãe (tabela 1) faziam desaparecer a cólica em menos de duas semanas. Os bebês cujas mães os atendiam, passaram de uma média de 2,6 horas ao dia de choro para somente 0,8 horas. Enquanto isso, os do grupo de controle, que eram deixados chorando, choravam cada vez mais: de 3,1 horas passaram a 3,8 horas. Quer dizer, os bebês não choram por gosto, mas porque alguma coisa está acontecendo. Se são deixados chorando, choram mais, se tentam consolá-los, choram menos (uma coisa tão lógica! Por que tanta gente se esforça em nos fazer acreditar justo no contrário?).

Tabela 1 – Instruções para tratar a cólica, segundo Taubman (Pediatrics 1984;74:998)
1- Tente não deixar nunca o bebê chorando.
2- Para descobrir por que seu filho está chorando, tenha em conta as seguintes possibilidades:
a- O bebê tem fome e quer mamar.
b- O bebê quer sugar, mesmo sem fome.
c- O bebê quer colo.
d- O bebê está entediado e quer distração.
e- O bebê está cansado e quer dormir.
3- Se continuar chorando durante mais de cinco minutos com uma opção, tente com outra.
4- Decida você mesma em qual ordem testará as opções anteriores.
5- Não tenha medo de superalimentar seu filho. Isso não vai acontecer.
6- Não tenha medo de estragar seu filho. Isso também não vai acontecer.

No grupo de controle, as instruções eram: quando o bebê chorar e você não souber o que está acontecendo, deixe-o no berço e saia do quarto. Se após vinte minutos ele continuar chorando, torne a entrar, verifique (um minuto) que não há nada, e volte a sair do quarto. Se após vinte minutos ele continuar chorando etc. Se após três horas ele continuar chorando, alimente-o e recomece.

As duas últimas instruções do Dr. Taubman me parecem especialmente importantes: é impossível superalimentar um bebê por oferecer-lhe muita comida (que o digam as mães que tentam enfiar a papinha em um bebê que não quer comer); e é impossível estragar um bebê dando-lhe muita atenção. Estragar significa prejudicá-lo. Estragar uma criança é bater nela, insultá-la, ridicularizá-la, ignorar seu choro. Contrariamente, dar atenção, dar colo, acariciá-la, consolá-la, falar com ela, beijá-la, sorrir para ela são e sempre foram uma maneira de criá-la bem, não de estragá-la.

Não existe nenhuma doença mental causada por um excesso de colo, de carinho, de afagos... Não há ninguém na prisão, ou no hospício, porque recebeu colo demais , ou porque cantaram canções de ninar demais para ele, ou porque os pais deixaram que dormisse com eles. Por outro lado, há, sim, pessoas na prisão ou no hospício porque não tiveram pais, ou porque foram maltratados, abandonados ou desprezados pelos pais. E, contudo, a prevenção dessa doença mental imaginária, o estrago infantil crônico , parece ser a maior preocupação de nossa sociedade. E se não, amiga leitora, relembre e compare: quantas pessoas, desde que você ficou grávida, avisaram da importância de colocar protetores de tomada, de guardar em lugar seguro os produtos tóxicos, de usar uma cadeirinha de segurança no carro ou de vacinar seu filho contra o tétano? Quantas pessoas, por outro lado, avisaram para você não dar muito colo, não colocar para dormir na sua cama, não acostumar mal o bebê?

Lee K. The crying pattern of Korean infants and related factors. Dev Med Child Neurol. 1994; 36:601-7
Hunziker UA, Barr RG. Increased carrying reduces infant crying: a randomized controlled trial. Pediatrics 1986;77:641-8
Taubnan B. Clinical trial of treatment of colic by modification of parent-infant interaction. Pediatrics 1984;74:998-1003

Do livro Un regalo para toda la vida- Guía de la lactancia materna,Carlos González

Tradução: Fernanda Mainier
Revisão: Luciana Freitas

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Reportagem na Tribuna de Piracicaba

Aparecemos na Tribuna de Piracicaba!

Grupo Mama organiza palestra sobre amamentação
em 07/08/2009

Grupo Mama começou a ser organizado por Juliana Chiarinelli Barreira e Raquel Hönig, assim que elas tiveram seus primeiros filhos, há três anos

Para comemorar a semana internacional da amamentação, que aconteceu do dia
1 a 7 de agosto, o Grupo Mama convidou a enfermeira Dayse Ruiz de Araujo, do Banco do Leite Humano, do Hospital Fornecedores de Cana (HFC), para falar sobre o assunto no dia 13, às 14 horas. A palestra será na rua São João, 1020, sala 3, centro, aberta a todas as interessadas.

O
Grupo Mama começou a ser organizado por Juliana Chiarinelli Barreira e Raquel Hönig, assim que elas tiveram seus primeiros filhos, há três anos. “Percebemos o quanto o apoio, a troca de experiências e informações eram importantes para incentivar a amamentação, tirar dúvidas e reduzir a insegurança das mães durante esse período de extrema importância para a saúde do bebê”, contou Juliana.

Baseado na iniciativa do
grupo Matrice, de São Paulo, Juliana e Raquel levaram a sério a iniciativa e estabeleceram parceria com o Banco de Leite Humano do HFC. “Percebemos que esse trabalho era necessário, inclusive para tratar de outras questões, como falta de espaços públicos para facilitar a amamentação, a licença maternidade de seis meses e o incentivo para que a amamentação continue após um ano. São temas que precisam estar sempre presentes para que a sociedade incorpore a amamentação materna com sendo algo vital”.

Na opinião de Juliana, muitas mães já têm definido que não vão amamentar, mas há aquelas que gostariam, mas não encontram apoio. “É nesse momento que entra o
Grupo Mama”, observa. Às mães interessadas, existe também o bloghttp://grupomama.blogspot.com, ou ainda http://matrice.wordpress.com/, com quem o Grupo Mama costuma manter intercâmbio para fortalecer o trabalho de divulgação.

OMS
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o leite materno deve ser a alimentação exclusiva do bebê até os seis meses de idade. Também é recomendável oferecê-lo, após essa idade e até os dois anos, associado a outros alimentos, porque a amamentação nutre, protege o bebê de doenças e colabora para o seu desenvolvimento.
No entanto, devido ao estilo de vida moderno, muitas mães, por questões de trabalho, não têm tempo para essa dedicação ao filho. Na segunda-feira,
3, a Secretaria Municipal de Saúde lançou uma cartilha sobre amamentação que será entregue aos médicos do sistema público de saúde e ONGs que tratam de mães na fase da amamentação. Dentre os ensinamentos, a cartilha explica como as mães podem atender a necessidade do filho de leite materno, sem que com isso comprometa suas atividades profissionais.

Segundo dados do Ministério da Saúde, os bebês brasileiros são alimentados exclusivamente com o leite de suas mães em média até os dois meses de vida. Os dados foram revelados por uma pesquisa com cerca de 5.000 crianças realizada em 2006. Dez anos antes, segundo os registros oficiais, os bebês alimentavam-se exclusivamente do leite materno só durante o primeiro mês. O tempo, apesar de ter dobrado, é baixo.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Novo endereço e novo horário

Novo endereço e novo horário

A partir do dia 13 de agosto, as reuniões do Grupo MAMA passam a acontecer em um novo endereço.

ANOTEM: Rua São João, nº 1020, sala 03 e em novo horário: das 14:00 às 16:00.

O lugar é muito legal e apropriado para nossas reuniões!!

E para comemorar o novo espaço e a Semana Mundial do Aleitamento Materno, no dia 13 de agosto, teremos a palestra da Enfermeira Dayse, do Banco de Leite Humano.

Compareçam, será um momento muito legal para estarmos juntas!

sexta-feira, 10 de julho de 2009

O controle da composição do leite - Dr. González

O controle da composição do leite

Dr. González

Não só a quantidade de leite produzida, como também sua composição, depende da forma como o bebê mama. O bebê controla o peito para obter o tipo de leite que necessita em cada momento.

A quantidade de gordura no leite aumenta ao longo da mamada. Não é um aumento pequeno; está comprovado que a concentração de gordura ao final da mamada pode ser cinco vezes maior que no princípio. Às vezes, fala-se em "leite do princípio" e "leite do final"; mas não é que existam dois tipos de leite, "plim", acabou o leite desnatado e agora sai leite com gordura. A quantidade de gordura (e, portanto, de calorias) vai aumentando gradualmente, como se mostra no esquema da figura 1. No princípio, o bebê mama poucas calorias em grande quantidade de leite; ao final, muitas calorias em pouco volume. Veja que nesse gráfico não aparece o tempo. O tempo depende da velocidade em que o bebê mama; pode ser que mame tudo que quer mamar em dois ou três minutos, ou pode precisar de mais de vinte.

Assim, quanto mais leite o bebê ingerir em uma determinada mamada, maior será a quantidade de gordura ingerida (é possível que haja um limite máximo, claro, mas esse limite nunca se alcança, porque como já dissemos, um bebê nunca esvazia o peito completamente). Quando solta o peito, essas últimas gotas que ainda caem têm uma concentração de gordura muito alta. Quando voltar a mamar, após algumas horas, as primeiras gotas de leite terão muita pouca gordura. Aquele último leite concentrado foi sendo diluído durante esse intervalo com o novo leite, mais aguado, que foi produzido nesse período. Acredita-se que também aqui exista um autocontrole, e que, se o bebê deixa dentro do peito muita quantidade de gordura, esta inibe a produção de mais lipídios e o leite produzido em seguida é mais aguado que o habitual. Como se o bebê dissesse: "mamãe, não consigo terminar de comer esse macarrão, está muito gorduroso." e ela responde, "não se preocupe, na próxima vez colocarei menos óleo".

Suponhamos que o bebê pegue e solte o peito, mas após cinco minutos, volte a mamar. Sairá leite com pouca gordura? Claro que não, não houve tempo para que o leite recém produzido tenha diluído o que ficou no peito no fim da mamada anterior. Sairá, desde o princípio, o mesmo leite "do final" que estava saindo há alguns instantes. A quantidade de lipídios do começo da mamada depende do nível que se alcançou na mamada anterior e do tempo transcorrido desde então.

A todo momento, estamos falando de um só peito. Mas, claro, tem também o segundo. Tomar 100 ml de um só peito não é o mesmo que tomar 50 ml de cada um; no segundo caso, o bebê está tomando muito menos gordura e, portanto, muito menos calorias. E também não é o mesmo que tomar 70 e 30, 85 e 15...

E se não é o mesmo, o que é o melhor? Quando tirar o bebê do primeiro peito para colocá-lo no segundo? Não fazemos idéia. Não sabemos qual a quantidade de lipídios que um bebê necessita (os livros de nutrição podem dizer coisas como: “os lactentes entre seis e nove meses necessitam entre x e y miligramas/quilo/dia de lipídios”, mas não pode nos dizer quantos lipídios Laura de Souza, de 8 meses, necessita tomar essa tarde às 16h28min), não sabemos qual a quantidade de lipídios tem o leite no princípio da mamada, não sabemos quantos ml de leite já tomou, não sabemos em qual velocidade está aumentando a quantidade de gordura no leite nesta mamada determinada, não sabemos qual a quantidade de gordura terá o leite do segundo peito, não sabemos qual a quantidade de leite do segundo peito que caberá no estômago dele. E como há gente capaz de dizer coisas como: “em dez minutos tire o bebê do primeiro peito para dar o segundo?” Vai saber! A ignorância dá asas à audácia.

Cada bebê dispõe, pois, de três mecanismos para modificar a composição do leite que toma a cada momento: pode decidir o quanto de leite vai tomar, quanto tempo demorará para voltar a mamar, e se mamará um peito ou dois. Foi comprovado cientificamente, analisando o leite em cada caso, que os três fatores influenciam na sua composição. A quantidade de leite ingerida deveria depender do tempo em que o bebê está no peito; mas a relação é tão variável (uns mamam depressa e outros devagar) que estatisticamente não há relação: não podemos dizer “se está mamando há cinco minutos, ingeriu 50 ml, se está há dez minutos, mamou 130 ml”. A concentração de gordura não depende da quantidade de tempo que o bebê mama e sim da quantidade de leite que o bebê mama no período. Veja bem, para um bebê determinado, em uma mamada determinada, é óbvio que se lhe tiramos do peito antes, terá tomado menos leite. E, se por uma lado é fácil medir quanto tempo mama, por outro é muito difícil saber quanto de leite tomou. Assim, para fins puramente didáticos poderíamos dizer que os três mecanismos de controle são:

- a duração da mamada;

- a frequência das mamadas;

- mamar um peito ou dois.

Cada bebê, em cada momento do dia ou da noite, modifica à vontade esses três fatores para conseguir o alimento que necessita.

Quando se tira o bebê do primeiro peito antes de que ele acabe (talvez porque alguém com boa vontade advertiu: “principalmente, dê o segundo peito antes que ele durma”), em vez do último leite do primeiro peito, tomará o primeiro leite do segundo peito. Isso significa, como indica a figura 2, que necessitará tomar mais quantidade para obter as mesmas calorias. Se a diferença for pequena, provavelmente não acontecerá nada. Toma um pouco mais de leite e problema resolvido. Mas se mudam o bebê de peito quando ainda teria que mamar muito do primeiro (por exemplo, quando tiramos do peito com dez minutos um bebê necessita de quinze ou vinte minutos) a quantidade de leite que teria de tomar é tão grande que, simplesmente, não cabe em seu estômago. Nos adultos, o estômago tem uma capacidade muito superior a que normalmente se usa; poderíamos tomar um litro de água depois de comer e quase não sentiríamos nenhum incômodo. Mas o estômago de um bebê é muito pequeno, quase não tem capacidade de reserva. O bebê se vê obrigado a soltar o segundo peito porque não agüenta mais nada, mas por outro lado, ainda está com fome; a situação é muito similar à que ocorre quando a pega está errada.



Em 1988, Michael Woolridge e Chloe Fisher publicaram na prestigiada revista médica Lancet cinco casos de bebês que apresentavam de forma continuada choro frequente, cólicas, diarreia e outros incômodos. Bastou dizer às mães que não tirassem o bebê do primeiro peito, mas que esperassem que ele soltasse sozinho quando acabasse, para que os problemas desaparecessem. Pouco depois, Woolridge e outros pesquisadores tentaram reproduzir experimentalmente a situação em um grupo de bebês saudáveis que não tinham problemas com a amamentação. Disseram à metade das mães que tirassem o bebê do primeiro peito após dez minutos, e à outra metade que esperassem que o bebê soltasse o peito espontaneamente. Pensavam que os bebês do primeiro grupo tomariam líquido demais, lactose demais e pouca gordura e, portanto, teriam cólicas, vômitos e gases. Mas os próprios bebês modificavam os outros dois fatores, o intervalo entre as mamadas e a decisão de mamar um peito ou os dois, de forma que ao longo do dia conseguiam mamar a mesma quantidade de gordura que o outro grupo e não tinham nenhum problema.

Como o bebê tem três ferramentas (lembre: frequência das mamadas, duração das mamadas, mamar um peito ou dois) para controlar a composição do leite, é possível que a maioria deles dê um jeito para controlar com duas delas, mesmo que tenhamos fixado a terceira arbitrariamente. Talvez aqueles cinco bebês que tiveram problemas para limitar o tempo de sucção sejam exceções, sejam bebês (ou mães) com menor capacidade fisiológica de adaptação. Do mesmo modo, todos nós caminhamos, mas na hora de correr uns irão mais depressa e se cansarão antes que os outros.

A capacidade de adaptação dos seres vivos pode ser muito grande, mas não podemos esperar milagres. Ao longo do século passado, muitos médicos se empenharam em controlar simultaneamente os três fatores: o bebê tem que mamar exatamente dez minutos de cada lado a cada quatro horas. A exatidão chegava a ser obsessiva; ainda hoje algumas mães perguntam se as quatro horas começam a contar desde quando o bebê começa a mamar ou desde que acaba (porque, claro, com dez minutos por peito e um entre eles para arrotar, seriam quatro horas e vinte e um minutos). Muitos livros e muitos especialistas nem sequer diziam “a cada quatro horas”, mas estipulavam as horas concretas: às oito, ao meio dia, às quatro, às oito e à meia noite. Nem pense em dar às nove, à uma e às cinco! Entre meia-noite e oito da manhã havia um descanso noturno de oito horas (passar metade da noite acordada vendo seu filho chorar e não podendo dar de mamar era chamado de descanso noturno). O intervalo de quatro horas era a recomendação da escola alemã. Também havia uma recomendação da escola francesa de dar de mamar a cada três horas, com descanso noturno de seis horas. Cabe perguntar se dar de mamar cinco ou sete vezes durante o dia influía no caráter nacional desses países. Também havia partidários de dar em cada mamada um peito ou ambos (esses últimos mais numerosos), o que no total perfaziam quatro teorias: um peito a cada três horas, dois a cada três, um a cada quatro horas e dois a cada quatro horas. Mas, habitualmente, cada médico seguia uma teoria somente e a defendia com entusiasmo.

Assim, os bebês se encontravam totalmente desarmados: não poderiam decidir sobre a frequência, nem sobre a duração, nem o número de peitos que deveriam mamar. E não podiam controlar nem a quantidade nem a composição do leite, tinham que se conformar com o que o acaso lhe determinava. Na maioria dos casos, a quantidade era insuficiente e a composição, inadequada; os bebês choravam, queixavam-se, vomitavam, não aumentavam de peso... Há uns anos, na Espanha, ainda amamentar aos três meses era raro, e fazê-lo sem ajuda de complemento era quase heroico.

Claro, também há casos em que, pela mais rocambolesca das coincidências, o bebê obtém a quantidade de leite de que necessita e com uma composição adequada mamando dez minutos a cada quatro horas. Essas raras exceções só vêm confirmar a fé dos médicos nos horários rígidos: “Isso de amamentar em livre demanda é uma bobagem. Eu conheci uma mãe que seguia ao pé da letra a regra de dez minutos a cada quatro horas, e tudo ia maravilhosamente bem; amamentou até os nove meses e o bebê dormia como um anjo e engordava perfeitamente. O que acontece é que as mães de hoje não querem trabalho, preferem a comodidade da mamadeira.”

Woolridge MW, Fisher C. Colic, “overfeeding” and symptoms of lactose malabsorptiom in the breast-fed baby: a possible artifact of feed management? Lancet. 1988; 2:382-4.
Woolridge MW. Baby-controlled breastfeeding: biocultural implications. En Stuart-Macadam P, Dettwyler KA, eds.: Breastfeeding. Biocultural perspectives. New York: Aldine de Gruyter, 1995.
Woolridge MW, Ingram LC, Baum LD. Do changes in pattern of breast usage alter the baby’s nutrient intake? Lancet 1990;336:395-397.

Tradução: Fernanda Mainier
Revisão: Luciana Freitas

Nota das tradutoras:

Resumindo, os bebês têm 3 mecanismos para controle das mamadas e da ingestão de leite:

1- a duração da mamada - portanto é um erro determinar que o tempo que o bebê deve mamar, nem 5 nem 10, nem 15, nem 50 minutos. Cada bebê controlará em cada mamada quanto tempo deve mamar. Se tiramos o bebê antes do tempo que ele vai determinar naquela mamada, é óbvio que terá mamado menos do que necessita.

2- a frequência das mamadas - portanto, é igualmente errado colocar intervalos fixos para mamadas: nem de 3 em 3 horas, nem de 4 em 4 horas, nem de 1 em 1 hora. O bebê é que determina se quer mamar 1 hora depois ou 3 horas depois. É o que chamamos livre demanda.

3- se quer mamar um peito ou dois - só devemos trocar o bebê de peito numa mesma mamada, se ele largar espontaneamente o primeiro e demonstrar que ainda quer mamar, e que o primeiro se esvaziou (se no primeiro ainda há leite, deve-se oferecer o primeiro novamente - se for na mesma mamada). Assim, a regra é um peito por mamada, a não ser que ele ainda queira mais. E sempre alternando os peitos a cada mamada.

Se colocarmos limites nesses três fatores, ou seja, determinar quantos minutos devem durar as mamadas, determinar o intervalo entre elas e oferecer sistematicamente sempre os dois peitos numa mesma mamada estaremos contribuindo e muito para que o bebê não ingira a quantidade de leite adequada ao seu desenvolvimento.

Esqueçam o relógio!


terça-feira, 16 de junho de 2009

Introdução de Sólidos – por Dr. González

"Os conflitos entre a mãe o filho durante a amamentação ou uso de mamadeiras podem ser terríveis, mas ainda bem que são pouco freqüentes. A introdução de alimentos sólidos é uma oportunidade nova de perigo e devemos trilhar este caminho com cuidado.

Para esclarecer, quando mencionamos “sólidos”, não nos referimos apenas aos alimentos oferecidos ao bebê com uma colher. Usaremos o termo para referir-se a qualquer comida além de leite humano ou leite modificado, mesmo água, chá ou comidas duras como biscoito.


Muitas mães encontram-se sobrecarregadas de informação a respeito de regras, grandes, pequenas e médias envolvendo alimentação de bebês. Elas recebem conselhos de pediatras e enfrmeiros, algumas informações muito mais complexas e detalhadas que aquelas dadas pelos especialistas famosos, palpites de família e amigos, bem como as “conversas de comadre” que alertam sobre evitar comidas “reimosas” ou “incompatíveis”.

Incapaz de seguir todas as regras ao mesmo tempo, muitas vezes a mãe opta por rejeitar todas e fazer somente aquilo que ela quer. O risco é de que ela ignore as recomendações realmente importantes. Para evitar tal problema, vou diferenciar claramente entre as opções onde há um grau de consenso em relação à sua importância (baseadas numa combinação de normas internacionais) e aquelas sugestões que parecem úteis, embora outros profissionais possam ter opções diferentes.

Pontos Importantes
Tenha em mente os seguintes pontos, embora eles não devam ser tomados como dogma:

1. Nunca force uma criança a comer.
2. Amamente exclusivamente até 6 meses (sem papinhas, suco, água, chás, etc.).
3. Aos 6 meses, comece (sem forçar) a oferecer outros alimentos, sempre depois da mamada ao seio. Bebês não amamentados devem tomar 500ml de leite artificial por dia.
4. Introduza os alimentos um de cada vez, esperando uma semana entre comidas novas. Comece com quantidades pequenas.
5. Ofereça alimentos que contêm glúten (trigo, aveia, centeio) com precaução.
6. Quando cozinhar para o bebê, escorra bastante o alimento, evitando encher a barriga dele com água.
7. Espere até 12 meses de idade para introduzir alimentos altamente alergênicos (especialmente laticínios, clara de ovo, peixe, soja, amendoim e muitas outras comidas que já causam alergia em membros da família).
8. Não acrescente sal ou açúcar aos alimentos.
9. Continue amamentando por 2 anos ou mais.

Em algumas situações pode-se introduzir sólidos antes de 6 meses (mas nunca antes de 4): quando a mãe trabalha, por exemplo. Ou quando a criança claramente pede para ser alimentada agarrando o alimento e colocando-o na boca sozinha.

“Oferecer” significa que, se ele quiser comer, o bebê come, mas se não quiser, não come. Muitas crianças recusam tudo menos o seio até 8 ou 10 meses, muitas vezes mais.

Alimentos sólidos são oferecidos depois da amamentação, não antes, e certamente não em substituição à amamentação. Somente assim você tem certeza de que seu bebê tomará o leite de que precisa. Acredita-se que entre 6-12 meses, o bebê precise de cerca de 500 ml de leite por dia. Claro que isso é uma média, muitos tomam mais e outros ficam bem com menos. Uma criança que toma mamadeira pode facilmente ficar bem com 2 mamadeiras de 250 ml ao dia. Não é razoável, porém, esperar que um bebê amamentado tome 250 ml a cada 12 horas; os seios da mãe ficariam desconfortavelmente cheios. Faz mais sentido para bebês amamentados tomar 100 ml cinco vezes por dia, ou 70 ml sete vezes por dia. Certamente você não sabe (ou não sabia antes de iniciar os sólidos) quanto leite seu bebê mama; mas se ele é amamentado antes da oferta de sólidos, você fica tranqüila sabendo que ele mama o que precisa.

Que comidas devo oferecer primeiro?
Não importa. Não há base científica que suporte a recomendação de um alimento antes de outro. Se você oferecer frutas primeiro, seguidas por cereal, depois frango, você estará seguindo as orientações da ESPGAN (Sociedade Européia de Gastroenterologia e Nutrição Pediátricas). Mas se você der frango, depois legumes e cereais por último, também estará dentro das normas.

Digamos que você decida começar com banana amassada. Depois da amamentação, ofereça ao bebê uma ou duas colheres. No primeiro dia é sempre melhor oferecer só um pouquinho, ainda que ele aceite bem. Se ele recusar a primeira colherada, não insista, mas continue oferecendo a cada um ou dois dias. Se ele aceitar bem, você pode aumentar a quantidade a cada dia. Depois de uma semana, você pode tentar outro alimento, como batata doce ou abacate. Na semana seguinte, pode oferecer um pouquinho de arroz. Cozinhe arroz (melhor ainda, cozinhe até virar papa), sem adicionar sal. Você pode adicionar azeite (ficará mais saboroso e terá mais calorias).

Esta ordem é só um exemplo, você pode inverter, se quiser. Claro, se alguma das comidas causar diarréia ou outros sintomas, ou se o bebê rejeita veementemente, é melhor esperar algumas semanas. Se uma reação mais severa é observada, como uma vermelhidão na pele, consulte o pediatra.

Também não é necessário introduzir uma comida nova a cada semana. Variedade significa um pouco de cereais, um pouco de legumes, um pouco de frutas – mas não é vital que o bebê coma muito de cada grupo. Maçãs não possuem nada diferente das peras e a maioria dos adultos vive bem comendo apenas dois tipos de ceral: arroz e trigo, deixando o resto para o gado. Se seu filho já come frango, você não estará acrescentando nada ao oferecer novilha. Antes de 1 ano, a introdução de muitos alimentos diferentes somente significa comprar mais bilhetes para a loteria da alergia.

A razão principal de oferecer outros alimentos ao bebê com 6 meses (e não depois) é que alguns bebês precisam de ferro extra. Portanto, seria lógico que comidas ricas em ferro fossem introduzidas primeiro. Por um lado, há carnes com alto teor de ferro orgânico altamente biodisponível. Por outro, há legumes, leguminosas e cereais que contêm ferro inorgânico, mais difícil de ser absorvido a menos que esteja combinado com vitamina C. É por isso que muitos adultos comem a salada primeiro (rica em vitamina C), depois os grãos e legumes, com a sobremesa por último. O que é comumente feito com bebês na Espanha não é uma idéia muito boa, oferecendo a eles somente grãos numa refeição, legumes na outra e fruta na próxima. Quando seu bebê ingere muitos alimentos, é uma boa idéia combiná-los , oferecendo-os numa mesma refeição (não batendo todos juntos no liqüidificador) ao invés de fazer menus monocromáticos (“hora do cereal”).

E se ele não quer comer comida de bebê?
Não se preocupe, isso é totalmente normal. Não tente forçá-lo. Você talvez tenha sido aconselhada a oferecer sólidos antes do peito, assim ele estará com fome suficiente para comer. Isso não faz o menor sentido, uma vez que o leite materno nutre muito mais que qualquer outro alimento. É por esta razão que usamos o termo “alimentação complementar”. Sólidos não são nada mais que um complemento ao leite materno. Se seu bebê mama e depois rejeita frutas, nada acontece; mas se ele aceita fruta e depois não mama, ele sai perdendo. Mais fruta e menos leite é uma receita para perda de peso.

O mesmo vale para leite artificial. Lembre-se de que se você não está amamentando, você precisa dar ao bebê meio litro de leite diariamente até que ele tenha 1 ano de idade. Não é bom negar o leite para que ele coma mais."

Do livro My Child Won't Eat, Dr. Carlos González.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Mais de 80 mamães

Maternidade e solidariedade Festa de três anos do Banco de Leite do HFC reuniu quase 200 pessoas na tarde de ontem
PRISCILLA PEREZ

Especial para a Gazeta

A tarde de ontem não poderia ter sido mais especial. Mais de 80 mamães que contribuíram ou ainda colaboram com os três anos do Banco de Leite Humano (BLH), do Hospital dos Fornecedores de Cana de Piracicaba (HFC), junto com seus bebês, maridos e acompanhantes, curtiram momentos de muita emoção e agradecimento na festa que reuniu gerações de doadoras de leite materno, na Estação da Paulista. Uma exposição com 18 painéis registrou as homenagens e agradecimentos. “A presença de todas estas mamães me fez ter a certeza do quanto o trabalho do banco é valorizado. Estou muito feliz com a resposta do público”, disse Dayse Ruiz de Araújo, coordenadora do BLH.

Para a ex-doadora de leite materno e funcionária do HFC, Luciana Silva, o maior benefício de quem se dispõe a doar é ajudar o próximo. “Nós não sabemos qual bebê irá receber o gesto de carinho e amor, mas ficamos felizes simplesmente por ajudar o próximo”, afirmou. Raquel Homig, doadora de leite, que integra o o Grupo Mama, uma ONG que apoia e troca experiências com mães em fase de amamentação, diz que sempre quis doar leite, mas que em sua primeira gravidez - há quase quatro anos - o banco ainda não existia. “Esse trabalho é maravilhoso, serei doadora novamente se tiver outros filhos”, afirmou. Já para a mamãe Andria Crepaldi, o banco de leite foi a salvação de sua filha Ana Julia de um ano. “Tive gêmeas e elas nasceram com apenas 27 semanas. Uma morreu após uma semana e a outra contou com a solidariedade de outras mães para sobreviver, já que eu não tinha leite. Na minha próxima gestação doar leite será um compromisso”.

Leia aqui a reportagem que saio também na gazeta de Piracicaba sobre o nosso grupo.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Seios após amamentação

 Dra. Luciana Pepino
Em homenagem à Semana Mundial de Aleitamento Materno e a proposta de blogagem coletiva sobre o assunto escrevi esse post para acabar com um dos maiores mitos relacionados com a beleza.

Futuras mamães vaidosas que querem amamentar podem relaxar: ao contrário do que muita gente imagina, amamentar não causa, nem aumenta, a flacidez nos seios.

Um estudo divulgado em novembro do ano passado concluiu que amamentar não tem efeito sobre a flacidez ou diminuição dos seios. O estudo foi elaborado pelo cirurgião plástico da Universidade do Kentucky, Dr. Brain Rinker. Ele ficou intrigado para ver se tinha sentido o pedido da maioria das mulheres que o procurava para realizar implantes no seio: que ele consertasse os estragos causados pela amamentação. O Dr. Rinker concluiu que não é o fato de amamentar e sim o de engravidar, engordar, fumar e envelhecer que causam os estragos que ele procura consertar.


Amamentar só faz bem para a saúde e beleza da mamãe e do bebê!
Então porque boa parte das mulheres discorda da ciência e bate o pé de que amamentar derruba sim os seios?

O que ocorre é que as mamas aumentam muito de volume durante a gravidez, já que as glândulas que irão produzir o leite se desenvolvem (independente da vontade da mulher de amamentar ou não). Então a pele tem que esticar para comportar esse aumento, ela pode ficar flácida quando voltar ao normal. Dessa maneira a gravidez tem sim um papel na flacidez dos seios, mas o tempo de amamentação não. Amamentar por 2 anos (como recomenda a Sociedade Brasileira de Pediatria) não vai deixar a mulher com os seios mais flácidos do que aquela que amamenta por um mês.

O que estica muito e depois volta ao normal gera flacidez, como ocorre com a barriga na gravidez ocorre nos seios, o processo é parecido. Não amamentamos pela barriga e mesmo assim elas ficam flácidas e cada vez mais, após cada gravidez. Aliás o estudo concluiu que o número de gestações tem sim efeito na flacidez dos seios.

Tem mulheres que relatam por exemplo que amamentavam mais em um seio do que no outro e esse “caiu mais”. Porque isso acontece então? Porque no seio que produziu mais leite foi melhor preparado pelo corpo para a amamentação, suas glândulas mamárias se desenvolveram mais e é por isso, e não porque o bebê sugou mais ali, que esse seio tende a cair mais do que o vizinho. O importante é isso, essa preparação para a amamentação que ocorre durante a gravidez, e que é fisiológica e incontrolável, que altera os seios e não a amamentação em si.

Outros fatores que comprovadamente influem na flacidez dos seios são idade, genética, tamanho das mamas, fumo e falta de exercício físico.

Além de não derrubar os seios amamentar tem um fator positivo na beleza da mulher: ajuda a recuperar o peso conquistado durante a gestação. O estudo abaixo sobre benefícios da amamentação para a saúde da mulher esclarece que amamentar exclusivamente o bebê nos primeiros 6 meses de vida faz com que a mulher perca uma média de 500g por semana. O estudo mostra ainda que além de ajudar na recuperação do peso, a mulher que amamenta tem menos risco de desenvolver câncer de mama e de ovário mais tarde e menor risco de sofrer fraturas no quadril por osteoporose quando chegar na menopausa.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Leite bovino ou leite materno ?

Por Rui Martins - de Berna

Foi quase por acaso que descobri a notícia e aproveito para louvar o trabalho dos colegas da Agência Câmara e igualmente o governo responsável pela criação desse serviço, que permite-nos acompanhar o trâmite de projetos de leis ou emendas na Câmara. Existe um serviço similar de informação no Senado.

Acompanhei há alguns anos a luta que se travava, em Genebra, na Assembléia Mundial da Saúde, para se evitar que grandes multinacionais desistimulassem o uso do leite materno em favor do leite maternizado. O Brasil tinha ação de linha de frente e se contrapunha aos grupos que controlam o mercado do leite em pó para crianças principalmente em países menos desenvolvidos e conseguem convencer as mães, de maneira indireta, como proteção do busto feminino, comodidade e daí para frente, a usarem a mamadeira tão logo nasça o bebê. Em muitas maternidades, a mamãe recebe como presente todo um kit ou equipamento para amamentar seu bebê dessa maneira.

Em países desenvolvidos, os europeus e na Suíça por exemplo, essa ação de marketing ou de marqueteiros que chegam a agir em colaboração com maternidades é proibida. A Organização Mundial da Saúde nessa assembléia citada confirmou orientações já dadas pela Unicef em favor do aleitamento materno e recomendou aos países participantes a adoção de leis proibindo a amamentação por substitutivos maternizados, pelo menos até os seis meses do bebê.

Além de ser uma constatação científica que o leite materno protege o bebê de uma série de infecções e mesmo de doenças no futuro, esse incentivo ao aleitamento materno tem repercussões na própria economia do país, já que bebês mais sadios e menos propensos a doenças significam menos despesas com a saúde pública. Fala-se também que dar o seio ao bebê evita o câncer da mama, enquanto bebês alimentados com leite não materno têm propensão para a obesidade.

O ponto de vista brasileiro foi vencedor com o apoio de outros países e saiu derrotado o poderoso lobby dos produtores de leite maternizado, muito forte nos países asiáticos e africanos (onde já houve denúncias contra essas multinacionais, já que muitas mães preparavam as mamadeiras com água contaminada ou não fervida em lugar de amamentarem seus bebês com seus seios fartos) e dentro do Brasil.

No encontro que se seguiu, ainda na OMS, sobre a maneira ética de se aplicar a orientação dessa organização que zela pela saúde mundial e ligada à ONU, definiram-se modalidades de rótulos a serem colados nas embalagens dos produtos à venda, mas destinados a casos especiais de aleitamento e não recomendados aos bebês normais.

O Brasil tranformou, então, em lei um texto a ser impresso na parte frontal dos rótulos dos produtos destinados às crianças até três anos com os seguintes dizeres: O Ministério da Saúde adverte: Este produto não deve ser usado para alimentar crianças menores de um ano de idade. O aleitamento materno evita infecções e alergias e é recomendado até os dois anos de idade ou mais."

Foi a lei 11.265/06 que, em maio do ano seguinte, atenuou a advertência, em certos produtos, substituindo a referência ao Ministério da Saúde pela expressão: Aviso importante. Era de se esperar que o assunto estivesse terminado, por transformar em lei uma constatação científica capaz de beneficiar milhões de bebês brasileiros.

Ora, embora nos países como a Suíça, sede de uma conhecida e importante multinacional fabricante de leite em pó maternizado, nem se possa sonhar em reverter uma lei favorável ao aleitamento materno, isso ainda é possível no Brasil, onde os interesses comerciais se sobrepõem aos de saúde.

E, ainda no mesmo anos de 2006, surgiu uma proposta de substitutivo amenizando a advertência do rótulo, para que o uso da mamadeira pudesse ser mantido e assim garantir o escoamento da produção leiteira de origem bovina e sua transformação no leite em pó para amamentar bebês, que se pode comprar até em supermercados.

Excelente a posição da deputada Rita Camata que, em novembro do ano passado, num importante parecer da Comissão de Seguridade Social e Família rejeitou o substitutivo, mesmo porque nele está previsto se tirar a advertência e colocá-la com um texto bem mais ameno, num dos lados da embalagem, onde já não é tão visível.

Porém o lobby não descansou e agora um outro parecer, do deputado Colbert Martins (PMDB- Bahia) ( que não é meu parente), da Comissão de Justiça e Cidadania, aprovou o substitutivo que praticamente encobre a preocupação da OMS com a saúde das crianças. Comparem o texto amenizado passará a ser o seguinte, se os deputados aceitarem as manobras do lobby contra o aleitamento materno: "Aviso importante: O aleitamento materno é insubstituível, evita infecções e alergias e é recomendado até os 2 (dois) anos de idade ou mais. O texto, transferido para a lateral da embalagem e provavelmente em letras minúsculas, perde sua objetividade e torna o aleitamento uma simples recomendação. É assim que certos parlamentares constróem o futuro do nosso país.
http://www.correiod obrasil.com. br/noticia. asp?c=151531

sábado, 28 de março de 2009

RELATO DA AMAMENTAÇÃO DO JOÃO, HOJE COM 11 MESES.

Quando João nasceu, tinha certeza de que amamentar seria a melhor coisa do mundo, algo natural que o corpo daria conta sozinho. Não foi bem assim. Logo que nasceu, já veio faminto ao meu seio e abocanhou com tanta vontade, porém não tinha descido o leite. Ele ficou aproximadamente 2 horas sugando cada seio e era só tirar do peito que ele chorava demais.

Bom, já nesse primeiro contato com meu filho os seios ficaram muito sensíveis, parecia carne viva. Ainda na maternidade, nos momentos em que ele não estava mamando (o que era muito raro), eu aproveitava para passar leite materno e tomava um pouco de sol. Não ajudava muito, nada resolvia.

Em casa, na quinta feira (João nasceu numa 2ª), meu leite finalmente desceu. Mas os seios estavam muito doloridos mesmo, pois eu tinha os bicos invertidos e, além de precisar formar o bico, ele tinha ficado sugando sem parar desde que nasceu (e isso não é força de expressão, às vezes ele ficava 6, 7 horas no peito, sem folga).

Nesse momento eu achei que tudo melhoraria, mas não. Os mamilos estavam em carne viva e João só não chorava no peito. No seio direito o bico formou logo então ele conseguir pegar melhor esse seio. Para dar de mamar no seio esquerdo, tinha que morder uma toalha e chorava toda vez, de dor mesmo (essa dor só melhorou com um mês).

Já na primeira visita ao pediatra, a média de engorda dele estava abaixo dos 30 gramas teoricamente aceitos como mínimo por dia. Então o médico já sugeriu que entrasse a complementação. Saí de lá arrasada, mas decidi que não daria.

Mas João não se contentava em ficar longe do seio e só chorava, chorava, chorava. Bom, nessa hora todo mundo resolve dar palpite e, salvo raras exceções, falavam: Ih, coitadinho, deve ser fome... Eu não aceitava de jeito nenhum.

Uma bela noite, ele mamou e dormiu, logo em seguida (em menos de vinte minutos), ele acordou e meu marido, já exausto, fez uma mamadeira de 100 ml de leite em pó. Para meu desespero ele mamou tudo e eu só chorava e também não tinha forças para impedi-lo, pois também estava exausta.
Meu bebezinho de quase um mês não tinha me deixado dormir mais que trinta minutos seguidos sem que chorasse estava tomando leite em pó. Bom, ele tomou o leite e dormiu, não mais que uma hora. Ainda bem, não era fome! Neste momento percebi que não havia problema com o meu leite, o que eu devia ter era somente paciência.
No mês seguinte levei-o ao pediatra e para nossa surpresa ele havia ganho 900gramas, bem mais que a média.

A partir do momento que minha confiança melhorou, tudo melhorou e João mamou exclusivamente no peito até os 6 meses e mesmo após o retorno ao trabalho ele manteve até os 10 meses somente o meu leite (fora a alimentação que já havia sido introduzida).
Fiquei muito feliz e resolvi escrever esse relato para encorajar outras mães, pois a amamentação não é fácil no início, mas é a construção entre mãe e filho mais saudável e gratificante. Reforça vínculos que nunca irão se desfazer.
Hoje meu bebê vai fazer um ano e estamos re-aprendendo o que fazer, pois ele ainda mama e já estou esperando o irmãozinho dele.
Um abraço a todas,
Carol

quinta-feira, 5 de março de 2009

Reunião Mensal de Março

Nosso encontro mensal de Março será realizado no próximo SÁBADO, dia 07/03, às 9:00, no parquinho do PARQUE DA RUA DO PORTO.

Este local é um aberto, com sombra para os bebês menores e brinquedos para que os maiores possam se divertir e brincar.

As reuniões são para falarmos dos problemas e das alegrias de amamentar, em todas as fases. Aproveitem para encontrar outras mães com bebês pequenos e ouvir suas experiências.

Aberto a gestantes, mães, pais, enfim, todos que estão dispostos a conversar sobre a arte de amamentar, podendo não só serem ajudadas por outras mães, mas contribuir muito com sua experiência.

Também é objetivo do nosso grupo divulgar e promover uma cultura de amamentação.Mesmo que não existam dúvidas nem dificuldades, venha partcipar das nossas reuniões! Sua participação é importante para juntas tentarmos recriar uma cultura mais amiga da mãe que amamenta.

Maiores informações, entre em contato através do e-mail: grupomama@terra.com.br ou dos telefones 9608-7275 - Juliana ou 9663-9858 - Raquel

Conheçam também nosso novo folder, que estará espalhados por toda a cidade.

Participem com a gente e nos ajudem a divulgar as reuniões!!

quarta-feira, 4 de março de 2009

Após um breve período de férias em razão do nascimento de nossos bebês, estamos de volta com as reuniões semanais, sempre às QUINTAS-FEIRAS, das 15:30 às 17:30, no CENTRO DE MEDICINA INTEGRADA - CMI, na Av. Barão de Valença, n° 1044.

Este é um anexo do Hospital dos Fornecedores de Cana, que fica a duas quadras do hospital, e firma ainda mais a nossa parceria com o Banco de Leite Humano.

Temos também nossas REUNIOES MENSAIS:
Realizadas uma vez no mês, sempre aos SÁBADOS de manhã, no Parque da Rua do Porto.
Acompanhe aqui a data do próximo encontro, que será publicada em breve.

Lembrem-se que os bebês também são nosso convidados!As reuniões são para falarmos dos problemas e das alegrias de amamentar, em todas as fases. Aproveitem para encontrar outras mães com bebês pequenos e ouvir suas experiências.

Aberto a gestantes, mães, pais, enfim, todos que estão dispostos a conversar sobre a arte de amamentar, podendo não só serem ajudadas por outras mães, mas contribuir muito com sua experiência.

Também é objetivo do nosso grupo divulgar e promover uma cultura de amamentação.
Mesmo que não existam dúvidas nem dificuldades, venha partcipar das nossas reuniões! Sua participação é importante para juntas tentarmos recriar uma cultura mais amiga da mãe que amamenta.

Maiores informações, entre em contato através do e-mail grupomama@terra.com.br ou dos telefones 9608-7275 - Juliana ou 9663-9858 - Raquel

Participem com a gente e nos ajudem a divulgar as reuniões!!

sábado, 31 de janeiro de 2009

Quem somos

Juliana, 28 anos, mora em Piracicaba, mãe do Pedro, nascido em 30/09/2006, que mamou exclusivamente no peito até os 6 meses e desmamou naturalmente com 1 ano e 7 meses no inicio da nova gestação de Juliana. E mãe de Rafael nascido em 07/01/2009 mamando exclusivamente. Juliana tem doado o leite excedente ao Banco de Leite Humano do Hospital dos Fornecedores de Cana de Piracicaba.

Raquel, 26 anos, mora em Piracicaba, mãe do Elias, nascido naturalmente em 20/12/2005, mamou exclusivo até 7,5 meses e continua mamando. E mãe de Sarah nascida naturalmente em 07/12/2008 mamando exclusivamente. Raquel segue amamentando os dois e doando o leite excedente ao Banco de Leite, acredita na amamentação prolongada e pretende deixá-los mamar até quando quiserem, desmamando naturalmente.
Leia o relato de amamentação de Raquel.

Gisela, 36 anos, mora em Piracicaba, mãe da Stella, nascida em 30/03/2007, que, após ingurgitamento e fissuras sofridas pela mãe, mamou exclusivamente no peito até os 6 meses, idade com que foi para a escolinha e continuou mamando o leite que a mamãe tirava e mandava até 1 ano. Gisela, inclusive, fazia a doação do leite excedente ao Banco de Leite. Com 1 ano e 4 meses, Stella desmamou naturalmente.
Leia o relato de amamentação de Gisela.

Katia, 37 anos, mora em Piracicaba, mãe da Giulia, que nasceu em 27/09/2006 e mamou exclusivamente no peito até os seis meses. Quando voltou a trabalhar, deixava o leite materno para ser dado para Giulia no copinho. Giulia mamou até 2 anos e 4 meses.

Leticia, 32 anos, mora em Piracicaba, mãe da Marina, nascida em 30/10/2007 e mamou exclusivamente o leite materno até os 6 meses, mesmo ficando no berçário período integral, desde os 4 meses. Tirava leite para mandar para filha até 11 mese de idade. Marina desmamou com 1 ano e 2 meses. Letícia contou muito com a ajuda do Grupo MAMA desde a sua fundação.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Livre demanda: o que é realmente

Livre demanda: o que é realmente - Dr. González
um resumo do capítulo A Frequência e a Duração das Mamadas, do livro Un Regalo Para Toda La Vida, do dr. Carlos González.

Provavelmente, você já escutou que o peito se dá a demanda. Mas é fácil que lhe tenham explicado mal. É muito difícil erradicar da nossa cultura essa obsessão coletiva com os horários das mamadas. Parece que sempre foi assim. Alguns, ao ouvir falar da livre demanda, acham que é um invento dos hippies e com semelhante despropósito vamos criar uma geração de selvagens indisciplinados. Mas é justo o contrário, dar o peito à demanda é que sempre foi assim e os horários são uma invenção moderna. É verdade que algum médico romano já havia falado de horários, mas foi um caso isolado e naquele tempo as mães não perguntavam aos médicos como tinham que dar o peito. Praticamente todos os médicos do séc.XVIII recomendavam a amamentação a demanda (ou não recomendavam nada, porque, como a amamentação não é uma doença, os médicos não se ocupavam muito desse tema). Só a princípios do séc.XX começaram quase todos os médicos a recomendar um horário e mesmo assim poucas mães o seguiam, porque não havia saúde pública e os pobres não iam ao médico se não estivessem muito doentes. Só quando as visitas ao pediatras começaram a converter-se numa cerimônia regular, em meados do século passado, começaram as mães a tentar seguir um horário, com péssimos resultados.

Muita gente(mães, familiares, médicos ou enfermeiras) lê ou ouve isso de livre demanda e pensa: “Sim, claro, não é necessário ser rígidos com as três horas. Se chora 15 min. antes, pode-se dar o peito e também não é necessário acordá-lo se está dormindo”. Ou então: “Sim, claro, a demanda, como sempre disse, nunca antes de duas horas e meia nem mais tarde que quatro”. Tudo isso não é a demanda; são só horários flexíveis, que claro que não são tão ruins como os horários rígidos, mas continuam causando problemas. Livre demanda significa em qualquer momento, sem olhar o relógio, sem pensar no tempo, tanto se o bebê mamou faz 5 horas quanto se mamou faz 5 minutos.

Mas, como pode ter fome aos cinco minutos? Imagine que está criando o seu filho com mamadeira. Ele costuma tomar 150ml e, de repente, um dia, o bebê só toma 70 ml. Se aos cinco minutos, parece que tem fome, você dá os 80 ml ou pensa: “Como pode ter fome se faz só cinco minutos que tomou a mamadeira?”. Tenho certeza que todas as mães dariam a mamadeira sem duvidar um único minuto, de fato, muitas passariam mais de uma hora tentando meter a mamadeira na boca do bebê a cada cinco minutos. Pois bem, se um bebê solta o peito e ao cabo de cinco minutos parece ter fome, pode ser que só tenha mamado a metade. Talvez tenha engolido ar e se sentia incômodo e agora que arrotou já pode continuar mamando. Talvez tenha se distraído ao ver uma mosca e agora a mosca já se foi e ele percebeu que ainda tem fome. Talvez tanha se enganado, achou que estava satisfeito e agora mudou de opinião. Em todo caso, só esse bebê, nesse momento, pode decidir se precisa mamar ou não. Um especialista que escreveu um livro na sua casa no ano passado ou faz um século, ou a pediatra que viu o bebê na quinta passada e lhe recomendou um horário não podem saber que seu filho hoje, às 14:45 da tarde ia ter fome. Isso seria atribuir-lhes poderes sobrenaturais.

E qual o tempo máximo? É preciso acordá-los? Quantas horas podem estar sem mamar? Em princípio, as horas que queira. Um bebê saudável, que engorda normalmente, não precisa ser acordado. É distinto o caso de um bebê que está doente ou não aumenta normalmente de peso. Um bebê pode estar tão fraco que não tem força para pedir o peito. Nesses casos, é preciso oferecer o peito com mais frequência. Isso também pode aplicar-se aos recém-nascidos.

Quando o bebê dorme muito, muitas vezes não é preciso acordá-lo, mas sim estar atento aos seus sinais de fome. A demanda não significa dar o peito cada vez que chore. O choro é um sinal tardio de fome. Do momento que uma criança maior tenha fome até que chore podem passar várias horas. Do momento que um bebè tem fome até que chore podem passar alguns minutos, ou até mais, dependendo da personalidade do bebê. Mas é raro, que nada mais ter fome, comece a chorar. Antes disso terá mostrado sinais precoces de fome: uma mudança no nível de atividade (acordar, mexer-se), movimentos com a boca, movimentos de procura com a cabeça, barulhinhos, por as mãozinhas na boca...então, é quando se deve pô-lo no peito, não esperar que chorem. Se um bebê que está fraco porque perdeu peso está sozinho no seu quarto, fora da vista dos seus pais, é provável que dê estes sinais e ninguém perceba e ele volte a dormir por cansaço.

Dar o peito à demanda não significa que mame o que mame o bebê, sempre seja normal. Pois bem, também existem valores normais para a frequência e a duração das mamadas. O problema é que não sabemos quais os valores normais para o ser humanos. Porque o ser humano vive em sociedades, em civilizações, com nossas crenças e normas. As espanholas, há trinta anos, davam o peito dez minutos cada quatro horas. Não faziam o que queriam, o normal, mas sim o que havia indicado o médico ou o livro. Se no Alto Orinoco existe uma tribo que dá o peito cinco minutos a cada hora e meia, isso é o natural ou é o que recomenda o xamã da tribo?

Inclusive dentro da Europa há diferenças. Num estudo multinacional sobre crescimento dos bebês, observaram com surpresa que o número médio de mamadas ao dia aos dois meses de idade ia desde 5,7 em Rostock (Alemanha) até 8,5 no Porto, passando por 6,5 em Madrid ou 7,2 em Barcelona. Mulheres de cultura muito similar, que supostamente estão dando o peito à demanda. Como é possível que os bebês demandem mais peito num país que no outro?

A resposta é simples, mas inquietante. Acontece que a amamentação a demanda, o conceito em torno do qual gira esse livro não existe. Não existe porque os bebês não sabem falar. Se um bebê falasse, um observador imparcial poderia certificar: “Efetivamente, essa mãe está dando o peito à demanda”, porque às 11:23 a menina disse: “Mamãe, peito” e às 11:41 voltou a pedir, mas não lhe deu o peito até que pediu por terceira vez, às 11:57. Como os bebês não falam, fica a critério da mãe decidir quando está demandando ou não. Dois bebès choram, uma mãe lhe dá o peito no mesmo instante e a outra olha o relógio e diz: “Fome não é, porque não faz nem uma hora e meia que mamou, devem ser os dentes” e lhe dá um mordedor. Dois bebês mexem a cabecinha e a boca procurando peito. Uma mãe dá o peito, a outra nem percebe porque o bebê estava no berço e a mãe não o via. Dois bebês dizem: “angu”. Uma mãe pensa: “Ui, já acordou” e o põe no peito e a outra o olha embevecida e diz: “que lindo, já diz angu!”.

Por último, recordar que à demanda não só significa quando o bebê quer, mas também quando a mãe quer. É claro que as necessidades de um recém-nascido são totalmente prioritárias. Mas, à medida que o bebê cresce, cada vez sua mãe tem mais possibilidades de decidir quando dá o peito ou não. Vale ressaltar que um horário rígido é inadequado em qualquer idade e sempre convém que o bebê decida a maioria das mamadas. Mas não há problemas em adiantar ou atrasar um pouco alguma das mamadas.

Assim que, ao contrário do que muita gente pensa, a livre demanda não é uma escravidão, mas sim uma liberação para a mãe. A maioria das vezes pode fazer o que quer o seu filho, de modo que o bebê está feliz e não chora e portanto, a mãe também está feliz e não chora. E de vez em quando pode fazer o que ela quer. A escravidão é o relógio.